terça-feira, 6 de novembro de 2007

Vamos treinar com o «meu» LAC!


Hoje à noite vamos fazer um jogo-treino com o Lousada Académico Clube (LAC) e não quis deixar passar esta oportunidade de postar isto.

A generalidade das pessoas do basquetebol que me conhecem associam-me sempre aos Salesianos. De facto, foi lá que cresci e me formei como jogador, treinador e, principalmente, como pessoa.

Poucos sabem que, em 1997, por desafio da ABP e do então DTR Eurico, deixei uma das referências do basquetebol nacional e fui... começar do zero, literalmente.

Lousada é um Concelho interior no distrito do Porto, que faz limite com Paredes. Possui uma enorme tradição no Hóquei em Campo (e a sua variante Hóquei de Sala), tinha tido à data curtas experiências noutras modalidades, uma piscina e pouco mais...

3 directores, eu e uma colega treinadora chamada Carla Lopes, a 27 de Setembro desse ano, começamos uma coisa bem radical – o Minibasquete.

Pese embora todas as contrariedades (falta de tradição, cultura desportiva, dificuldades de transporte, dispersão da população, etc...), o projecto foi crescendo ano após ano. O apoio da Câmara foi decisivo, o interesse de alguns pais também, mas o factor que, na minha modesta opinião, foi determinante para a consolidação do LAC-Basquetebol foi a extraordinária motivação dos jogadores (miúdos e miúdas sempre com muita vontade de ir, «arrastando» tudo e todos, comprometendo a Vila inteira para uma actividade que queriam que perdurasse, ao contrário de outras que apareciam e desapareciam...).

Em 2000, a secção teve um momento alto que nos encheu de orgulho, o IDP atribuiu o galardão “Reconhecer o Mérito”.


Fui «enganando» os meus amigos para me irem ajudar na parte técnica. Irina Ferreira, Sérgio Fraga e Sérgio Marante foram algumas das vítimas...

Se para alguns (mais ou menos políticos) a contabilidade era a rainha, nós queríamos ter muitos jogadores e jogadoras mas também formá-los para que pudessem chegar ao Alto Rendimento. Cristina Leite, Stella Correia e Nanci Barbosa (ao lado do Fraga na foto, Stella em pé e Nanci em baixo) e ainda Vítor Carvalho (o número 15 na foto comigo, actualmente no MaiaBasket) são exemplos de sucesso individual.

Mas isto do sucesso é sempre relativo, e recordo o esforço contínuo para que a secção mantivesse as actividades. Quando saí, em 2002, confesso que temi pelo futuro, pois o Fraga também saiu para treinador residente do CNT.... mas voltou para lá o Sérgio Marante, que fez um excelente trabalho, e chegou a jogar uma fase final distrital com uma equipa de «loucas»...

Entretanto o Sérgio também saiu (está agora no FC Porto) mas o Hugo Sousa (ex-treinador adjunto do CNT Porto) assumiu a coordenação até aos dias de hoje.

Curiosamente, hoje mesmo, soube uma novidade que me encheu de alegria e um pouco de nostalgia - a Carla Lopes tinha regressado ao clube como treinadora de Minibasquete!

Tenho muito orgulho deste passado! Mesmo!

http://www.fotolog.com/lousadaacbasket

4 comentários:

Eurico Brandão disse...

Ora aqui está uma excelente reportagem, algo nostálgica é certo, mas que espelha uma aventura e um percurso que hoje é um caminho seguro no Basquetebol Distrital. Está sólido o trabalho no LAC. Parabéns a todos os que lá trabalharam e trabalham.

Eurico Brandão disse...

Ora aqui está uma excelente reportagem. Um pouco nostálgica, é certo! Aquilo que inicialmente terá sido uma aventura, tornou-se hoje num caminho seguro do Basquetebol Distrital. Parabéns a todos que lá trabalharam e trabalham. E de facto há 15 dias tive a oportunidade de ouvir os berros da Carla no banco das Iniciadas do LAC. Continua jovem e... tola.

Anónimo disse...

Nostalgia é de certo a palavra chave de recordar estes momentos,...Isto sim é acreditar no que desejamos fazer e ter AMIGOS que acreditam que o céu poderá ser o limite. Tirando o "Enganador Mor/Rui Alves" fica o louvor aos jovens de Lousada que acreditaram e acreditam no projecto que está bem vivo nas mãos do meu sucessor o Hugo Sousa. De muitos momentos, para além da equipa de "loucas" ficam as viagens em 1999, ao fim de semana para Lousada com saida às 7 horas da manhã do Porto, mas com um delicioso passeio no regresso pelos restaurantes domingueiros,...apenas a saborear o cheiro dos assados...na passagem,...
Parabéns pelo TEU/VOSSO trabalho
P.S.(Apesar de não ser um assiduo comentador mas estou muito a par do vosso trabalho. No entanto, a nostalgia tem destas coisas!...

Um abraço A TODOS
Sérgio Marante

Marcelo disse...

Já lá vão mais de 2 anos desde que este texto foi escrito, mas infelizmente só hoje é que por acaso o li.
Vou tentar não me alongar, mas tinha de deixar um comentário.

Eu fui um dos sortudos que fez parte dessa grande equipa. Entrei cerca de meio ano depois do seu começo (meados de 1998) e durante pouco mais de 7 anos a camisola número 4 foi minha. Entrei como mini e saí de lá na altura de ser sénior.
Tenho muito boas recordações desse tempo, e foram sem dúvida alguns dos melhores momentos que já vivi. Ganhei amigos que ficaram para sempre, e a convivência que nós tínhamos era fantástica!
Tirando algumas excepções, a equipa não era feita por grandes vedetas basquetebolísticas (e eu incluo-me nessa azelhice), mas todos nós tínhamos um grande amor ao jogo e à camisola. Treinávamos com intensidade e é verdade que perdíamos mais do que ganhávamos, no entanto conseguíamos sair de uma derrota e voltar para casa alegres e cheios de vontade de treinar na semana seguinte.
Adorei os meus tempos de jogador do LAC, e ainda hoje me recordo de toda a equipa com muita saudade.

Tenho de o agradecer a muita gente, começando pelos meus colegas de equipa e passando pelas pessoas mencionadas no texto, Irina Ferreira, Sérgio Fraga, Sérgio Marante e Hugo Sousa, entre outros. No entanto tenho de deixar um agradecimento especial ao Rui Alves.
Entre todos os que me treinaram, ele foi o primeiro, e foi quem o fez durante mais anos. Eu cresci a ser treinado por ele, e considero que o basquete foi uma das coisas que me moldou como pessoa que sou hoje, por isso ele tem grande influência nesse ponto.
Agradeço por pegar em miúdos de 11 anos e dar-nos treinos rígidos, mas sempre sabendo ser nosso amigo fora da hora de treino. Isso ensinou-nos a sermos empenhados na vida, sem nunca perdermos a noção do valor da amizade (entre outras muitas coisas que poderia mencionar aqui).

A vida fez com que pouco nos víssemos, mas ainda vou acompanhando aquilo que o Rui faz.
Tem piada pensar em tudo isto, pois hoje eu devo ter quase a idade que o Rui tinha quando me começou a treinar! Como o tempo passa...!

Despeço-me então com um muito obrigado, e desejando tudo de bom no seu longo caminho no basquetebol (e em tudo o resto, claro).

Um grande abraço,
Marcelo Barbosa #4