sexta-feira, 9 de março de 2007

Tem a palavra o "Fisio":


Todos os atletas, independentemente do nível ou modalidade praticada, vêm-se “obrigados” pelos seus treinadores a realizar alongamentos. Este hábito que se adquire desde os primeiros dias de prática desportiva torna-se uma rotina presente em todos os treinos e jogos…mas Porquê?!

Na realidade, contabilizando uma média de 6 minutos para exercícios de alongamento em situação de treino ou jogo, considerando 5 treinos e 1 jogo por semana, deparamo-nos com uma estimativa de quase 2horas e meia por mês! É muito tempo dispendido, então vamos tentar saber porquê e como utiliza-lo da melhor forma:

O que são os alongamentos?
Alongamentos são exercícios específicos para o treino de Flexibilidade.

“Tás a brincar Fisio…então o que é Flexibilidade?”
Por flexibilidade entende-se a capacidade que uma ou mais articulações (p.e. joelho, ombro, anca) possuem para ser movimentadas ao longo de toda a amplitude natural do movimento.

E para que servem?
Genericamente, trabalhamos 2horas e meia por mês com dois objectivos: prevenirmos lesões e optimizarmos o nosso rendimento.
Estudos científicos fazem-nos acreditar que treinar flexibilidade diminui o número de lesões musculares, tendinosas (dos tendões) e ligamentares (dos ligamentos). Outros estudos referem também que se evita ou retarda o aparecimento daquelas dores musculares muito intensas que todos os atletas conhecem após os treinos físicos. Outra consideração importante respeita à consciencialização postural decorrente do nosso alongamento, isto é, inconscientemente, enquanto alongamos, o nosso cérebro regista essas posições e utiliza-as como referência quer para a nossa postura no dia-a-dia quer para nos defender de movimentos demasiado amplos.
Por outro lado optimizamos o nosso rendimento desportivo. Estando aptos para maiores amplitudes e consumindo menos energia para as utilizar os nossos movimentos serão mais eficazes e menos cansativos.

“Mas eu treino mais flexibilidade que alguns dos meus colegas e mesmo assim eles conseguem ter mais do que eu…Como?”
É possível. A flexibilidade que cada um de nós apresenta está intimamente relacionada com a nossa carga genética. Por natureza, há indivíduos que parecem “elásticos” mas mesmo esses precisam de a treinar pois a flexibilidade vai diminuindo à medida que o nosso corpo vai crescendo, é por isso que os bebes são, p.e., capazes de levar os pés à boca…perguntem aos vossos pais se conseguem! Então, TODOS os atletas deverão promover a sua flexibilidade durante o período de crescimento a fim de a poderem preservar durante a vida adulta.
Outra explicação para a mesma questão tem a ver com a forma como se treina flexibilidade, treinar mais pode não significar treinar melhor.

Como se deve treinar flexibilidade?
Existem milhares de livros, milhares de sites e outras tantas maneiras de se treinar. No entanto existem pressupostos em que este trabalho se deve basear.
Se queremos obter ganhos obviamente que o nosso alongamento deve ser feito com algum esforço, tem que nos “doer” moderadamente para poder ser um alongamento…mas atenção que mais do que dor moderada pode ser prejudicial e conduzir a lesões. Esse esforço, essa “dor” só será recompensada após alguns segundos de insistência, ou seja, temos que procurar em cada alongamento uma posição perto do que sentimos ser o nosso máximo e sustê-la durante um período que nunca deve ser inferior a 30segundos. Só mantendo esta posição podemos falar em alongamento, de outra forma não estamos a perder tempo e a perder, repito, 2horas e meia do nosso precioso tempo por mês!!! Agora contabilizem ao final de um ou dois anos…
O treino de flexibilidade deve ser acompanhado pelos responsáveis clínicos ou então pelos treinadores dos vossos clubes, procurem-nos para poderem corrigir também o gesto específico de cada alongamento.

E quando treinar flexibilidade?
O momento actualmente considerado ideal para o treino de flexibilidade é o que se segue ao período de aquecimento. Antes do mesmo, os nossos músculos e restantes estruturas estão mais frias, contraídas e “adormecidas” para o movimento. No final de um jogo ou treino intenso os nossos músculos estão de tal maneira desgastados e fatigados que quer o seu estado de físico-químico quer os seus mecanismos protectivos se podem encontram perigosamente alterados.

Bom treino para todos e não se esqueçam que o Basquete pode ser periogoso....

1 comentário:

Anónimo disse...

THE BEST..