segunda-feira, 7 de maio de 2007

Torneio Santa Joana – o meu 16º

Um pouco de história
Se as contas não me falham, penso ter marcado presença no 16º ou 17º Torneio Santa Joana Princesa, em Aveiro, neste fim-de-semana. É certo que a prova já vai na 28ª edição e há espécies de “dinossauros” bem mais anteriores a mim, que estavam lá a ver os filhos e, em tempos, chegaram mesmo a participar no torneio enquanto jogadores (como o José Amorim – pai do “nosso” Nuno). É provável que o próprio Pedro Morais e o Sérgio Fraga (estrelas da sua época) também tenham representado o distrito do Porto no torneio.
Eu fui muitos anos como seleccionador distrital da AB Porto e tenho óptimas recordações... No meu tempo (que mal que isto soa...) era uma espécie de antevisão do interselecções, com duelos marcadamente Norte x Sul.
Desde 2002, data em que assumi na FPB as funções que exerço actualmente, marquei sempre presença enquanto espectador e observador atento. Por exemplo, foi lá que vi pela primeira vez o “nosso” Pedro Belo...

Este fim-de-semana fui lá com três objectivos: estatística (somar mais um torneio), ver os jogos (Mansour incluído) e assistir ao Clinic para treinadores.

Os jogos
Dos vários formatos que o evento viveu, o que assistimos nesta edição foi ao confronto entre quatro selecções distritais, duas de Portugal (Aveiro e Porto) e duas de Espanha (Castela-Leão e Catalunha). No masculino, as províncias de nuestros hermanos vieram representadas por iniciados de primeiro ano (nascidos em 1994), enquanto as equipas lusas jogaram maioritariamente com nascidos em 1993. Assim, os espanhóis demonstram a preocupação na preparação das selecções que vão disputar o interselecções no país vizinho (em Janeiro de 2008), enquanto “nós” vivemos a “pseudo-desforra” da Festa. É certo que qualquer uma província destas não é comparável (em número de praticantes, treinadores, equipas e clubes) a um distrito português, quando muito, comparável com todo o nosso universo basquetebolístico, o que por si só justifica a opção pela diferença etária, sob risco de ter sido um desastre competitivo (para todos).
Não vi o suficiente dos jogos para fazer muitos considerandos, seleccionando assim uma referência defensiva e ofensiva: a defensiva é que qualquer uma das selecções espanholas defendia muito mais agressivamente (e com regras claras) do que as equipas portuguesas. Ofensivamente, realço o facto da equipa de Castela e Leão jogar com um alinhamento ofensivo de 1:4 alto, e movimentos com bloqueios indirectos e bloqueios directos. A selecção deve ser um “passo à frente” relativamente ao trabalho dos clubes... mas não será de mais? E porque não? De facto os miúdos não liam os bloqueios mas já sabem como funcionam e mostravam preocupação na sua correcta execução técnica... Não tomo partido na discussão... para quem a quiser ter...

O Mansour
Alguém me dizia num outro dia acerca do “nosso” Mansour: “Mas ele um dia joga com jovens de 18 anos e noutro com rapazes de 13?”. E eu interroguei: “Qual é o problema?”. De facto, sempre que o vejo jogar com jovens da sua idade apercebo-me que enfrenta dificuldades diferentes das que o nosso treino e competição lhe colocam. Mais, é um tipo de participação em que todos lhe exigem a atitude e o protagonismo que cada vez mais precisa de ter. Está de parabéns pela vitória no torneio, na “casa” do Mota, que marcou presença nos curtos intervalos que fez no seu aturado estudo de fim-de-semana...

O Clinic
O Clinic começou atrasado, o que me transtorna quando temos visitas de fora. Começou com uma intervenção do Prof. Orlando Simões acerca da situação actual do associativismo dos treinadores portugueses. Foi como que dar o mote para a intervenção do presidente da associação de treinadores de Castela e Leão, Óscar Castanheda, que veio apresentar a instituição e o seu funcionamento. A abertura demonstrada para parcerias com técnicos portugueses são sempre boas notícias para nós...
O catalão Fernando Peña falou acerca do “jogar sem bola”. Apropriar-me-ei das palavras do Prof. Orlando Simões no final da intervenção quando disse que este assunto, não sendo novo, deve-nos sempre obrigar a reflectir a nossa prática, pois se todos concordamos com a importância do trabalho sem bola, porquê o treino continuar centrado no jogador com bola, muitas vezes abusando dos exercícios de colunas?
O Clinic terminou com uma lição muito bem estruturada acerca da construção de uma defesa colectiva através de aspectos individuais. O palestrante foi Rafael Gutiérrez, membro do corpo técnico do único CNT espanhol (feminino), denominado Século XXI, que funciona no País Basco. Uma nota só para “fazer a ponte” com o que referi na apreciação dos jogos. Para os espanhóis, por exemplo, está claríssimo que na defesa colectiva ao jogador com bola NUNCA há ajudas do lado da bola.

Bom, se tudo correr bem, para o ano lá estarei...

4 comentários:

Anónimo disse...

e as freirinhas de Schonnstat já anseiam pela próxima visita do Prof. Rui Alves. Deixou lá marcas...

Rui Alves disse...

Caro Sérgio, ou Celso, agora obrigam-me a um esclarecimento...
Para quem não sabe, o Movimento Apostólico Schoenstatt tem uma espécie de retiro/instalação em Aveiro, onde muitos anos partilhei os aposentos com estes dois malandros, durante este torneio... Foi lá que cometi um erro que marcou para sempre a minha vida de treinador (ou viajante?). Lembram-se quando eu, armado em democrata, decidi fazer um sorteio para ver quem ficava na cama pior e saiu-me a fava???

Celso disse...

Torneio Santa Joana, Schoenstatt, cafézinho e nata ao domingo de manhã na Costa Nova, palmiére recheado na confeitaria ao lado do pav. do Beira-mar...que saudades tenho de passar um fim de semana em Aveiro com estes 2 grandes Amigos!
A democracia reinava nesta equipa técnica (o Rui ficava sempre com a pior cama...LOL) e o Sérgio aproveitava este fds para carregar as baterias...sempre com um convivio alegre, convivio saudavel.. (lembram-se da chamada telefónica em mp3) e claro com o seu Sagem (tuturu...tutururu)

Anónimo disse...

parabens miguel pela telha
já é a segunda!
Já podes começar a construir o telhado!